A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deliberou ontem sobre a suspensão do Jornal Nacional de Sexta (e consequentes pedidos de demissão da Direcção de Informação da TVI e da chefia de redacção). Não é um deliberação de preto e branco mas sim uma palete de cinzentos.
Por um lado é difícil definir se aquilo era jornalismo, um telejornal, um palco de vaidades ou um programa de opinião. Vários eram apreciadores do estilo da sua apresentadora, sendo que grande parte desses odiavam o Sócrates ..... razão mais que suficiente para gostarem do programa. De várias pessoas com que falei, muitas consideram que efectivamente não se deveria chamar jornalismo ao que ali era feito, mas que o papel que ela desempenhava era relevante.
O nível de audiências que o programa tinha e largamente utilizado como galões pela apresentadora também não era consensual. Numericamente não discuto o valor, deixando isso para quem de direito, porém, a coincidência em termos de grelha de programação de estar antes do Euromilhões não é de menosprezar. Se por acaso o Euromilhões mudasse de canal, as audiências iriam ficar iguais?
Os programas e a forma de os apresentar são o que define um canal. Resultante desses programas e identificação dos espectadores com eles, resultam os shares que são uma das medidas de referência de notoriedade e como tal factor de captação de publicidade, porém, mediante a imagem percepcionada do canal, as marcas podem ou não querer associar-se a essa imagem. Mas um canal de televisão é uma empresa com accionistas e como tal visa a geração de lucro, remunerando o accionista pelo seu investimento. Se o accionista considera que em termos estratégicos um determinado programa não se adequa à imagem que pretende transmitir não estará no seu direito de o terminar? ..... a administração da TVI havia já em 2003 e 2004 manifestado a sua preocupação com o “formato assumidamente opinativo” do Jornal Nacional e a sua compatibilidade com o Estatuto Editorial da TVI.
Percebo que do ponto de vista dos jornalistas seja levantada a bandeira da liberdade de expressão. Deve ter demorado não mais de 1 segundo para essa expressão passar logo na cabeça deles. Mas a deliberação da administração não foi condicionar directamente essa liberdade de expressão ou liberdade redactorial ..... mas obviamente que condiciona pois os próximos programas sabem que podem terminar por motivos semelhantes.
Este caso parece um pouco o recriar da condenação do Al Capone. A ERC não contestou o conteúdo do programa ou o direito da administração a suspender o programa. Toda esta questão que irá fazer correr tinta ..... muitos amigos da MMG e opositores de Sócrates se iram encarregar disso ..... resume-se a se a administração podia fazer o que fez ou tinha de mandar um subalterno fazer. Patético.
Por um lado é difícil definir se aquilo era jornalismo, um telejornal, um palco de vaidades ou um programa de opinião. Vários eram apreciadores do estilo da sua apresentadora, sendo que grande parte desses odiavam o Sócrates ..... razão mais que suficiente para gostarem do programa. De várias pessoas com que falei, muitas consideram que efectivamente não se deveria chamar jornalismo ao que ali era feito, mas que o papel que ela desempenhava era relevante.
O nível de audiências que o programa tinha e largamente utilizado como galões pela apresentadora também não era consensual. Numericamente não discuto o valor, deixando isso para quem de direito, porém, a coincidência em termos de grelha de programação de estar antes do Euromilhões não é de menosprezar. Se por acaso o Euromilhões mudasse de canal, as audiências iriam ficar iguais?
Os programas e a forma de os apresentar são o que define um canal. Resultante desses programas e identificação dos espectadores com eles, resultam os shares que são uma das medidas de referência de notoriedade e como tal factor de captação de publicidade, porém, mediante a imagem percepcionada do canal, as marcas podem ou não querer associar-se a essa imagem. Mas um canal de televisão é uma empresa com accionistas e como tal visa a geração de lucro, remunerando o accionista pelo seu investimento. Se o accionista considera que em termos estratégicos um determinado programa não se adequa à imagem que pretende transmitir não estará no seu direito de o terminar? ..... a administração da TVI havia já em 2003 e 2004 manifestado a sua preocupação com o “formato assumidamente opinativo” do Jornal Nacional e a sua compatibilidade com o Estatuto Editorial da TVI.
Percebo que do ponto de vista dos jornalistas seja levantada a bandeira da liberdade de expressão. Deve ter demorado não mais de 1 segundo para essa expressão passar logo na cabeça deles. Mas a deliberação da administração não foi condicionar directamente essa liberdade de expressão ou liberdade redactorial ..... mas obviamente que condiciona pois os próximos programas sabem que podem terminar por motivos semelhantes.
Este caso parece um pouco o recriar da condenação do Al Capone. A ERC não contestou o conteúdo do programa ou o direito da administração a suspender o programa. Toda esta questão que irá fazer correr tinta ..... muitos amigos da MMG e opositores de Sócrates se iram encarregar disso ..... resume-se a se a administração podia fazer o que fez ou tinha de mandar um subalterno fazer. Patético.