terça-feira, 8 de junho de 2010

Vá para fora cá dentro

Há muitos anos atrás, o turismo em Portugal não era para o comum Português. Os valores eram maioritariamente incomportáveis para a generalidade e, toda a oferta era destinada aos estrangeiros, chegando os Portugueses a ser maltratados se não fossem ricos ….. o que se pretendia era o estrangeiro que gastava dinheiro. Foi assim no passado.

Em determinado momento da nossa história, a oferta hoteleira cresceu tanto que deixou de ter procura suficiente. Ao mesmo tempo, a nossa capacidade financeira cresceu um pouco. Estes dois factos conjugados com uma crise mundial, fez com que a indústria do turismo olhasse para o problema que tinha em mãos e opta-se e bem para fazer uma aposta no Português – Vá para fora cá dentro. Foi uma aposta ganha em toda a linha.

A campanha em si foi um sucesso e, desde essa altura, os Portugueses começaram a descobrir o seu país. Hoje em dia temos oferta para estrangeiros e oferta para os Portugueses. A questão neste momento é que num momento de crise, as famílias cortam no supérfluo ou então, reduzindo um pouco os seus critérios de conforto, adaptam a sua vida ás suas posses do momento.

É naturalmente descabido achar que por muito bom que a nossa oferta seja, as pessoas não queiram ir conhecer outras culturas e outros países. Num mercado concorrencial, as ofertas lá fora têm de ser comparadas com as cá de dentro e, se puder dar 1.000 € por uma semana num resort tudo incluído em Marrocos não vou dar 1.500 € no Algarve em meia pensão.

É irrelevante que alguém que se acha um iluminado em economia diga qualquer coisa só para não estar calado ….. por acaso costumo dizer ao filhão que quando se é bom, não é preciso estar a lembrar isso, são os outros que o dizem ….. mas isso é outro artigo.

Temos uma boa oferta e um bom produto e isso deve ser o que se valoriza ….. o conhecer o nosso país ….. o gosto de apreciar o que é nosso. Que se continue a promover Portugal e as pessoas continuam com vontade de o descobrir ….. se houver dinheiro para isso, claro.