quinta-feira, 16 de julho de 2009

Gestão do risco

O alastramento da gripe A está finalmente a chegar em força a Portugal. Era inevitável.

A ministra da saúde tem sabido gerir esta crise de uma forma inteligente, tanto ao nível das acções efectuadas como ao nível da comunicação. Mas estamos prestes a atingir os 100 casos, marco que irá mudar a forma como as acções são tomadas. Brevemente iremos deixar de ter capacidade de investigar convenientemente todos os casos, procurando, isolando e medicando os que estiveram em contacto com os infectados. Isso inevitavelmente acabará por conduzir a uma proliferação de casos. É inevitável.

Embora sejamos um país com um número muito elevado de baixas fraudulentas, a verdade é que também existe um número muito significativo de pessoas que não podem prescindir de parte do seu vencimento, indo trabalhar quando deviam estar de baixa. Há quem não se possa dar a esse “luxo”.

Preocupa-me a posição que à luz da nossa legislação o governo irá ter respeitante à “quarentena” que esta pandemia exige. Vários têm sido os juristas a defender que a lei protege o trabalhador e que este não irá ser prejudicado financeiramente mas, existem também juristas a afirmar que isso representa 25% do ordenado. Como na generalidade dos casos, a nossa lei permite todas interpretações possíveis.

Se os últimos estiverem correctos, vários serão os trabalhadores que irão exercer as suas funções doentes, contagiando os seus colegas e ajudando o alastramento desta doença. Como todas as sociedades, também a nossa é composta por pessoas conscientes e inconscientes. Relacionado com esta pandemia já tivemos um casal que foi para o México, epicentro da crise e, mesmo vindo daí e estando o filho com febre, colocaram-no na escola em contacto directo com outras crianças. Essa é a nossa realidade que em nada é diferente de outras.

Espero que na linha de informação que a nossa ministra tem seguido, brevemente venha a público esclarecer este tema, tomando uma decisão clara e inequívoca.