Hoje estive à conversa com uma colega que tem um pequeno problema ..... um pequeno ditador em casa. A filha está a passar aquela fase dos 3 anos em que tentar impor as suas vontades, “esticando” até poder para perceber os limites. Ora aí está um problema e um desafio.
Para ajudar a tentar “domar o bicho”, ela comprou um livro com o mesmo título deste texto, a fim de tentar perceber o que deveria fazer. Uma boa decisão desde que não seja levada á risca. Eu explico. Cada criança é única e reage de forma diferente a situações que embora sejam parecidas, são sempre diferentes. Instintivamente lembrei-me de mim que, quando o João nasceu, ofereceram-me o famoso livro do não menos famoso Dr. Stock, para, anos mais tarde e já depois da sua morte, a mulher vir para a praça pública dizer que não o tinha considerado um bom pai ..... confesso que foi um choque. Hoje em dia olho com a devida distância estes livros, optando pela génese que deve nortear a literatura e os livros ..... fazer-nos pensar, tal qual chinês ensina a pescar.
O segundo pensamento foi obviamente para o nosso orgulho, o João. Como todas as crianças, também ele passou por essa fase. No decorrer da conversa, aproveitei para fazer uma pequena introspecção e transmiti-lhe a minha opinião sobre como fizemos, tarefa essa muito facilitada pela génese do João, que é um orgulho de filho, para sogra nenhuma “botar” defeitos ..... já estou a treinar!
No nosso caso, fomos dando ao João o seu espaço para lhe permitir ter vontade própria e, sempre que foi preciso dizer não, a palavra tão odiada pelas crianças foi sempre acompanhada de uma explicação. Nunca houve um não porque não, ou porque “eu quero”, que é tão simples de o fazer para quem detém o poder ..... os pais. Cada vez que houve necessidade disso, sempre lhe foi explicado o porquê, o que no caso de uma criança não é fácil colocar de maneira a que ele perceba e não é fácil a ele perceber. Compreendendo ou não, aceitando ou não, sempre houve uma explicação. Acho que isso ajudou muito, uma vez que quando ouvia um não, o João sabia o porquê disso, que existia uma razão ..... o que ele não conseguia atingir, obviamente, é que ele tentava esticar ao máximo os seus limites, e nós íamos controlando para que ele não se tornasse num ditador. Outro factor importante foi a consonância de pensamento e acções entre pai e mãe, não lhe dando oportunidade de aproveitar as contradições em seu benefício, ao que se aliou a convicção da afirmação ..... vacilar à frente de um pequeno ditador ou projecto de, é como estar em frente de um poletão de fuzilamento e gritar fogo! Acho que o nosso truque foi exactamente a combinação desses factores, ou seja, o não permitir tudo como ele queria, aliada a uma explicação plausível no momento certo do não. Acho que foi uma prova superada, pelo menos até agora.
Obviamente que neste processo, e fruto dos tempos que correm, ele foi conseguindo vários ganhos por via de ser bom filho e ser carinhoso ..... a televisão da sala é dele, tendo eu e a Ana chegado muitas vezes a ver as notícias de pé na cozinha para deixar a televisão para o menino ..... o nosso pequeno ditador, ou como carinhosamente dizíamos, o patrãozinho ..... mas sempre sem stress, tipo derrapagem controlada num rally de WRC.
As crianças começam a medir forças e ganhar o seu espaço por volta da idade da filha da minha colega, os três anos e, acho que nunca o deixam de fazer ..... faz parte do seu processo normal de crescimento e afirmação. Na realidade, mesmo em adulto o fazemos. O importante é que eles percebam que uma família é por si só uma pequena comunidade, e que a sua liberdade termina onde começa a dos outros.
Para ajudar a tentar “domar o bicho”, ela comprou um livro com o mesmo título deste texto, a fim de tentar perceber o que deveria fazer. Uma boa decisão desde que não seja levada á risca. Eu explico. Cada criança é única e reage de forma diferente a situações que embora sejam parecidas, são sempre diferentes. Instintivamente lembrei-me de mim que, quando o João nasceu, ofereceram-me o famoso livro do não menos famoso Dr. Stock, para, anos mais tarde e já depois da sua morte, a mulher vir para a praça pública dizer que não o tinha considerado um bom pai ..... confesso que foi um choque. Hoje em dia olho com a devida distância estes livros, optando pela génese que deve nortear a literatura e os livros ..... fazer-nos pensar, tal qual chinês ensina a pescar.
O segundo pensamento foi obviamente para o nosso orgulho, o João. Como todas as crianças, também ele passou por essa fase. No decorrer da conversa, aproveitei para fazer uma pequena introspecção e transmiti-lhe a minha opinião sobre como fizemos, tarefa essa muito facilitada pela génese do João, que é um orgulho de filho, para sogra nenhuma “botar” defeitos ..... já estou a treinar!
No nosso caso, fomos dando ao João o seu espaço para lhe permitir ter vontade própria e, sempre que foi preciso dizer não, a palavra tão odiada pelas crianças foi sempre acompanhada de uma explicação. Nunca houve um não porque não, ou porque “eu quero”, que é tão simples de o fazer para quem detém o poder ..... os pais. Cada vez que houve necessidade disso, sempre lhe foi explicado o porquê, o que no caso de uma criança não é fácil colocar de maneira a que ele perceba e não é fácil a ele perceber. Compreendendo ou não, aceitando ou não, sempre houve uma explicação. Acho que isso ajudou muito, uma vez que quando ouvia um não, o João sabia o porquê disso, que existia uma razão ..... o que ele não conseguia atingir, obviamente, é que ele tentava esticar ao máximo os seus limites, e nós íamos controlando para que ele não se tornasse num ditador. Outro factor importante foi a consonância de pensamento e acções entre pai e mãe, não lhe dando oportunidade de aproveitar as contradições em seu benefício, ao que se aliou a convicção da afirmação ..... vacilar à frente de um pequeno ditador ou projecto de, é como estar em frente de um poletão de fuzilamento e gritar fogo! Acho que o nosso truque foi exactamente a combinação desses factores, ou seja, o não permitir tudo como ele queria, aliada a uma explicação plausível no momento certo do não. Acho que foi uma prova superada, pelo menos até agora.
Obviamente que neste processo, e fruto dos tempos que correm, ele foi conseguindo vários ganhos por via de ser bom filho e ser carinhoso ..... a televisão da sala é dele, tendo eu e a Ana chegado muitas vezes a ver as notícias de pé na cozinha para deixar a televisão para o menino ..... o nosso pequeno ditador, ou como carinhosamente dizíamos, o patrãozinho ..... mas sempre sem stress, tipo derrapagem controlada num rally de WRC.
As crianças começam a medir forças e ganhar o seu espaço por volta da idade da filha da minha colega, os três anos e, acho que nunca o deixam de fazer ..... faz parte do seu processo normal de crescimento e afirmação. Na realidade, mesmo em adulto o fazemos. O importante é que eles percebam que uma família é por si só uma pequena comunidade, e que a sua liberdade termina onde começa a dos outros.