sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fraquinhos

Tal como vários, também eu tenho sido muito critico sobre a nossa justiça, especialmente com a nossa magistratura. De mãos dadas pela negativa, perfeitamente equiparada na mediocridade, está grande parte do nosso jornalismo, se é que se pode chamar jornalismo.

Depois de vários bons exemplos de histórias e julgamentos que apenas se têm realizado por insistência dos jornais, ultimamente temos assistido ao descalabro. É o assassinar de todo um historial. É o jornalismo ao serviço não da sua missão de informar o público, mas sim os grupos económicos que os sustentam.

O convencional segredo de justiça não só não é mais respeitado, como é claramente cilindrado. O princípio da inocência é desfeito e dilacerado pela necessidade de notícias para vender. Os interesses encobertos tornam-se evidentes. Os possíveis inocentes são julgados em praça pública. Tal como fazia a Manuela Moura Guedes, e que todos correctamente contestavam, os jornalistas de hoje opinam e tiram conclusões. Para além do velho prontuário, os nossos jornalistas hoje em dia devem ter o compêndio das obras de Conan Doyle ao lado.

No caso do Armando Vara, foi confrangedor ver que depois de todas as notícias e interpretações, afinal não existem as escutas onde ele pedia os 10.000,00 € ..... apenas uma sequência suspeita de escutas e eventos. Mas o que apareceu nos jornais era colocado como certezas. Em momento algum, até hoje, a história foi contada como sequência de eventos suspeitos ..... as acusações eram directas. Eram ..... hoje ficamos a saber que nada efectivamente existia substanciado.

Os nossos magistrados são fraquinhos, é um facto, mas os jornalistas que os acompanham estão claramente ao mesmo nível ..... fraquinhos.