terça-feira, 11 de março de 2014

Que ganho eu com isso?

 
A discussão que se tem vindo a formar à volta do concurso das Finanças é mais do mesmo. Depois de anos e anos a investir em campanhas para os contribuintes pedirem fatura, mesmo sem nada receber que não a satisfação de agir corretamente, e como tal sem resultados palpáveis, o governo encontrou uma solução que vai ao encontro da nossa mentalidade ….. responde à pergunta sacramental que mais fazemos ….. Que ganho eu com isso?
 
O ano passado a alteração com o SAFT foi uma tentativa para apanhar as PME, deixando por falta de coragem, lobby ou compadrios as grandes superfícies à margem. Controlasse alguns movimentos, mas não se obriga a emitir fatura ….. ou seja, é como se dizer que se quer ser casado mas sem efetuar o casamento. Nunca percebi o racional por detrás destas decisões, mas certamente foi um ser ou seres iluminados mais que os comuns economistas. O ónus continuou sobre o contribuinte pedir fatura, o que por todos os motivos não o fazia.
 
Este ano o governo decidiu responder à tal pergunta, e lançou um concurso. Ao invés de dar muitos milhões em sede de IRS, como nas cabeleireiras e oficinas, dá uns trocos via concurso. Chamem-lhe euromilhões, rifas de feira como ouvi ontem ou qualquer outra coisa, a verdade é que o número de faturas emitidas cresceu substancialmente. E com isso o valor de impostos arrecadados pelo estado em sede de IVA e IRS. Imensamente muito mais eficaz que apelar ao civismo como outros países fazem. Resultou.
 
Como tudo o que um governo faz por natureza é mau, está uma festa montada sobre o concurso e tudo à volta. Discute-se o acessório e passa-se ao lado do essencial. Com um punhado de moedas os Portugueses passaram a fazer o deviam fazer à muito, porque alguns portugueses atrás do balcão não o faziam, e a questão não é analisar o que passámos a fazer, mas porque é que os mauzões do governo estão a dar carros.
 
O governo limitou-se a responder à pergunta sacramental ….. e com isso aumentou a receita ….. elementar.